Dossier Brasile Dossiê Brasil 2014 - Dossier Brazil
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Carlo Montani Carlo Montani Dossier Brasile Dossiê Brasil 2014 Dossier Brazil Dossier Brasile Dossiê Brasil 2014 Dossier Brazil Aldus Euro 20,00 Aldus
Carlo Montani Dossier Brasile Dossiê Brasil 2014 Dossier Brazil Promosso da ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE ROCHAS ORNAMENTAIS Srtv Sul - Quadra 701 - Conjunto L - N.38 Bloco 2 - Sala 601 Cep 70340-906 - Brasilia, Df - Brasil Tel/Fax +55 (11) 3253-9250 E-mail: contatos@abirochas.com.br http://www.abirochas.com.br © 2014 Aldus Casa di Edizioni in Carrara aldus.danielecanali@alice.it Tutti i diritti riservati Carlo Montani XXV Rapporto Marmo e Pietre nel Mondo 2014 - Dossier Brasile 2014 XXV Relatório mármore e rochas no mundo 2014 - Dossiê Brasil 2014 XXV World Marble and Stones Report 2014 - Dossier Brazil 2014 Progetto editoriale Daniele Canali Impaginazione e copertina Sea Carrara Traduzione / Translation Effeemme Lingue e Didattica Centro Servizi of Mori Erika and Furia Federica, Aulla La riproduzione è consentita per utilizzi didattici o scientifici Casa di Edizioni in Carrara
XXV Relatório mármore e rochas no mundo 2014 Dossiê Brasil Apresentação Reinaldo Dantas Sampaio Presidente da Abirochas Com essa primeira edição do “Dossiê Bra- um elemento indissociável da sobrevivên- sil”, inauguramos uma nova via de comuni- cia, do crescimento e da perpetuidade do cação da indústria brasileira de rochas or- ser humano. Este sentido de permanência e namentais com o mercado internacional. O ao mesmo tempo, de modernidade, funda- relatório, uma iniciativa da Abirochas – As- menta sua crescente utilização no cotidia- sociação Brasileira da Indústria de Rochas no dos povos, cuja dimensão e diversidade Ornamentais, nasce sob a prestigiosa coor- dos usos permitem afirmar estar sempre denação do Dr. Carlo Montani e oferece ao em curso uma “nova idade da pedra”. público uma síntese consistente do atual Com esse espírito, a Abirochas, cumprindo estágio de desenvolvimento e do potencial seu papel institucional de apoiar o desen- futuro desse segmento industrial no Brasil. volvimento setorial, está patrocinando um O presente dossiê refere-se ainda ao veloz “Estudo da Competitividade” que permi- e impetuoso processo de desenvolvimento tirá elaborar as bases conceituais e pro- setorial ocorrido no Brasil e conclui, com positivas para uma “Política Nacional de sensibilidade, haver sido fruto da “audácia Desenvolvimento Setorial”, cujo objetivo e da força inventiva da vontade que real- primordial é ampliar a presença das rochas mente quer”. Nesse caso, a audácia e a brasileiras na arquitetura mundial. vontade dos empresários. A diversidade cromática e o exotismo das Por outro lado, o Brasil, nos últimos vinte cores e texturas das rochas brasileiras anos, realizou fecundas transformações guardam identidade com a multiplicidade e sociais e econômicas, que permitem afir- diversidade cultural e étnica que caracteri- mar que a sua continuidade consolidará o zam o Brasil. Ampliar sua presença no vi- caminho para um efetivo processo de de- sual urbano mundial é também uma forma senvolvimento nacional. de afirmação desta nossa identidade. Outra força inspiradora é a constatação de Concluo afirmando o sentimento pessoal que a pedra tem sido, há milhares de anos, de que é promovendo o crescimento mate-
6 XXV Relatório mármore e rochas no mundo 2014 - Dossiê Brasil rial e moral do ser humano, a partir do de- senvolvimento das suas capacidades e do que se constrói o desenvolvimento autos- sustentado. Brasil: líder ocìdental da pedra aproveitamento econômico equilibrado das potencialidades naturais do seu ambiente, Verona, 25 de setembro de 2014 1 - Considerações Gerais 6 - O Papel da Tecnologia 2 - Dos Pioneiros à Liderança Mundial 7 - Materiais Concorrentes 3 - Estrutura Industrial 8 - Benchmark 4 - Intercâmbio 9 - Consumo Interno 5 - Mercados Prioritários 10 - Conclusão 1 - Considerações Gerais ultrapassada por quase duas dezenas de países2 e caracterizada por vastas regiões A economia mundial constitui um siste- ainda passíveis de desenvolvimento. ma de relações agora intensificadas pelo Deste ponto de vista, a contribuição dos advento da globalização. Essas relações setores mínero-industriais tem forte im- afetam todas as nações, sobretudo aque- portância estratégica. Por exemplo, em las que praticam o livre mercado e que têm 2013, que foi um ano difícil para a econo- taxas de crescimento associadas a fato- mia brasileira, a contribuição do setor de res naturais e determinadas por vontade rochas para a balança comercial do país política, com o impulso de crescimento ca- foi significativa, com exportações em forte racterístico do ser humano. progresso, ao contrário do que prevaleceu No Brasil, o quarto País no mundo em núme- em outros segmentos de atividade. ro de habitantes e quinto em superfície1, Há mais. O Brasil é o único grande player esse impulso é bastante claro, em primei- do mundo ocidental capaz de elevar consi- ro lugar pelo seu crescimento populacio- deravelmente a produção, beneficiamento, nal medianamente superior ao mundial, e intercâmbio e consumo de rochas orna- também pela potencialidade de expansão, mentais e de revestimento. Todos os outros traduzida por uma densidade demográfica países “top” do setor de rochas (China, (1) - De acordo com a avaliação da ONU, a população brasileira ultrapassou 200 milhões de pessoas em meados de 2013, confirmando o quinto lugar no mundo, depois da China, Índia, Estados Unidos e Indonésia. Quanto à extensão, vale a pena lembrar que o Brasil, com mais de 8,5 milhões de quilômetros quadrados, é precedido apenas pela Rússia, Canadá, China e Estados Unidos. (2) - No momento, a densidade populacional média do Brasil é estimada em 23,5 habitantes por quilômetro quadrado, a grande maioria concentrada nos grandes centros urbanos, principalmente os de São Paulo e Rio de Janeiro. Em muitos estados, no entanto, a densidade é consideravelmente menor do que o valor indicado, o que coloca o Brasil no final da classificação mundial, apresentando potencial para crescimento.
8 XXV Relatório mármore e rochas no mundo 2014 - Dossiê Brasil Carlo Montani 9 Índia, Turquia, Irã) estão integrados à esfe- 2. Dos Pioneiros à Liderança dade nacional e o reconhecimento de sua nas de controle numérico, nas atividades ra oriental, que hoje tem maior expressão Mundial independência de Portugal (1822), graças de lavra e beneficiamento. Este processo nos números globais do setor. Neste sen- à imigração europeia e, principalmente, também permitiu a expansão impetuosa tido, podemos dizer que o Brasil é uma A valorização das pedras brasileiras teve italiana, para selar um relacionamento que dos materiais graníticos, em particular nos feliz exceção que, por razões estratégicas, início no período colonial, graças a uma caracterizaria o setor de rochas até o ad- últimos 25 anos5. pode desenvolver um modelo referencial articulação dos missionários com os milita- vento do novo milênio. A produção brasileira de rochas ornamen- de atuação. res, pela dupla necessidade de construir lo- Reporta-se à segunda metade do século tais em 2013, de acordo com dados da Abi- A importância e distribuição dos recur- cais de culto e abrigo, e erguer fortalezas, XIX a primeira transformação industrial rochas, atingiu um novo máximo histórico sos naturais, mesmo que valorizados de capazes de dar suporte à ocupação das das rochas brasileiras, graças às primeiras de 10,5 milhões de toneladas, um décimo forma geograficamente desigual, tem se áreas oeste e norte do Brasil. Isto, priori- serras importadas por imigrantes venezia- das quais destinados a utilizações estru- mostrado de fundamental utilidade para zando os sistemas fluviais, com destaque nos, que teriam constituído a base para se turais (Tabela 1). A capacidade anual do entender o papel estratégico das rochas para o rio Amazonas, cuja bacia hidrográfi- chegar aos atuais 1200 teares operantes parque industrial de beneficiamento é de ornamentais e, mais do que isso, a dispo- ca inclui 20 mil quilômetros de afluentes (incluindo pelo menos 200 teares multifios aproximadamente 80 milhões de metros sição de investir no setor, de forma ousada, navegáveis. diamantados). Seguiu-se um longo período, quadrados equivalentes, em chapas com porém prudente. É evidente a contribuição No início, algumas fortalezas foram até não menos importante que o das compras dois centímetros de espessura, que têm tecnológica para os processos de lavra e, construídas com pedras importadas de Por- de artefatos Italianos, de aquisição de pe- sua maior utilização no mercado domésti- sobretudo, de beneficiamento, que realçam tugal, algumas delas ainda observadas em dra calcária italiana, em grande parte pro- co. Deve-se acrescentar que três quartos o alcance do alto nível das importações ruínas na floresta tropical3. Na verdade, o veniente da região Apuana4. A exploração dessa produção são derivados de estados de máquinas, particularmente oriundas da uso de pedras nas construções militares foi sistemática dos materiais brasileiros teria que têm propensão a valorizar e ampliar Itália, país líder no campo de pesquisa e predominante sobre as construções religio- um pulso máximo a partir de meados do suas reservas, o que constitui uma opor- desenvolvimento. sas. Por outro lado, as dificuldades e os en- século XX, com a aplicação de insumos tunidade estratégica de desenvolvimento6. Sob esta ótica, tratar o Brasil como um cargos de transporte do Velho Continente diamantados e, posteriormente, de máqui- Considerações semelhantes aplicam-se modelo notável de desenvolvimento não é conferiram um rápido impulso à substitu- uma proposição arriscada. Pelo contrário, ição dos produtos europeus pelos nativos. é uma hipótese ainda mais relevante, por Durante muito tempo, o uso da pedra per- (4) - Em meados do século XX, o Brasil não importava mais de 10 mil toneladas de produtos manufaturados estar baseada em mecanismos cooperati- maneceu limitado a obras estruturais, com de pedra, quase exclusivamente italianos, provenientes em sua grande maioria de Carrara, enquanto sua produção interna se limitava a nove mil toneladas de mármores brancos e de alguns mármores coloridos vos e associativistas, norteados por uma raras exceções de uso decorativo, porque (granito era objeto de emprego estrutural, sem valor agregado). Enrico Walser, Les marbres de la Région economia de mercado. Em última análise, as condições técnicas não permitiam uma Apuane, Gaunguin & Laubscher, Montreux 1956, p. 129-130. o Brasil é a fotografia de uma tendência evolução produtiva como a grega, ibéri- (5) - Carlo Montani e Giulio Conti, Industria lapidea mondiale: Rapporto 1990, Società Editrice Apuana, capaz de contribuir para a formulação de ca ou italiana, em que a cultura da pedra Carrara 1990, p. 110. Nesta primeira edição do “World Stone Report”, a produção brasileira de rochas estratégias globais de desenvolvimento ostenta uma história de milhares de anos. ornamentais era estimada em um milhão de toneladas, o que representava 3,3 por cento da produção No Brasil, um salto qualitativo e quantita- mundial (ibid., p. 44), enquanto a exportação, representada em sua grande maioria por material granítico tivo foi rapidamente realizado após a uni- bruto, somava cerca de 400 mil toneladas (ibid., p. 90-91). Estes dados são confirmados pelos valores relativos a 1988 fornecidos por Silvana Nápoli (Settore lapideo: industria italiana e commercio internazio- nale, IMM Carrara 1990, p. 29), segundo a qual a produção brasileira vem indicada em 970.000 toneladas, das quais 45% exportadas. A comparação com os níveis atuais, referentes a beneficiamento e consumo (3) - Massimo Jacopi, Brasile: una Nazione verso il futuro, Edizioni Italo Svevo, Trieste 2010, p. 120. Entre as interno, comprova que no breve período de um quarto de século computou-se um crescimento exponencial, maiores fortalezas de significado arquitetônico e estratégico vale lembrar também as de Belém e Manaus, notavelmente superior à média mundial e de seus maiores protagonistas, com exceção apenas da China. esta último, fundada em 1669. No entanto, a ocupação completa da Amazônia e de toda a Região Norte só (6) - Na Itália, o Ministério dos Negócios Estrangeiros, em colaboração com o ICE, avaliou em 74 por cento se completou, exceto em alguns núcleos residuais, apenas no século XVIII. a produção agregada dos três principais estados brasileiros do setor: em ordem, Espírito Santo, Minas
10 XXV Relatório mármore e rochas no mundo 2014 - Dossiê Brasil Carlo Montani 11 à distribuição das rochas extraídas e pro- considerada competitiva, tendo em vista a este ponto de vista, deve-se destacar que inalterado, na ordem dos 476 dólares por cessadas, em que a parcela dos granitos natureza predominantemente silicática dos o intercâmbio tecnológico tem funcionado tonelada (Tabela 2). é preponderante. Volumes expressivos, materiais extraídos. satisfatoriamente, especialmente à luz da O volume físico exportado ainda mostra também crescentes, são remetidos à pro- O universo de trabalhadores do setor é capacidade local de valer-se do “know- maior participação das rochas brutas, ape- dução de mármores, quartzitos maciços e completado com 35 mil postos agregados how” de terceiros. Na lavra, conforme já sar do incremento dos materiais processa- foliados, ardósias e travertinos: uma gama ao beneficiamento primário; 60 mil às mar- referido, prevaleceram os granitos que, em dos, que em 2013 representaram 77,8 por completa, capaz de atender adequadamen- morarias; e, finalmente, dez mil nos seg- 2013, apesar de ter reduzida a sua parti- cento do faturamento, em comparação com te às necessidades da demanda doméstica mentos de tecnologia e serviços. Trata-se cipação, representaram metade do volume os 77,3 de 2012. A maior parte das expor- e internacional. de um importante patrimônio profissional, de rochas extraído no Brasil. Os granitos tações de manufaturados foi expressa por equivalente ao dobro do italiano, com o também direcionaram a estrutura de be- aqueles produtos com alto valor agregado qual persiste um “gap” residual de produ- neficiamento, norteando um expressivo (código 68.02), que geraram receita de USD 3. Estrutura Industrial tividade, que enfatiza a existência de um crescimento do parque de teares multifios 938 milhões. Seu preço médio foi de USD espaço de formação e expansão profissio- diamantados e ganhos notáveis de produti- 44,70 por metro quadrado equivalente (2 A dimensão estratégica do setor de rochas nal. As empresas brasileiras que operam vidade frente a outros países. cm de espessura cm), que representou uma brasileiro é destacada por uma série de in- no setor somam cerca de dez mil, prevale- Resta acrescentar que, com exceção das redução de apenas 26 centavos frente a dicadores, já apontados desde 1976, pela cendo as marmorarias, tendo-se algumas exportações de rochas brutas (blocos), pou- 2012 (mais significativa foi a queda de 3,1 ONU, como recomendação direta aos go- centenas de empresas totalmente verti- co inferior a 1,5 milhão de toneladas, os por cento no preço das rochas brutas). vernos interessados. Tais recomendações calizadas. Por seu lado, existem cerca de materiais lavrados no Brasil são transfor- Em essência, é crescente a contribuição do baseavam-se na capacidade de expansão 400 empresas exportadoras regulares, mo- mados em uma estrutura industrial capaz faturamento com rochas processadas, que organizada do setor de rochas7, e assumin- strando que as exportações estão relativa- de trabalhar mais de 80 por cento do total já alcançam quase 80 por cento do total do como adequadas as iniciativas financei- mente concentradas, diversamente do que da produção nacional. Para um país que, das exportações brasileiras e representam ras e promocionais de incentivo. acontece na estrutura de comercialização até alguns anos atrás, parecia ter colocado cerca de 25 milhões de metros quadrados Hoje, o Brasil tem capacidade de lavra e do mercado interno. uma forte ênfase na exportação de blocos, equivalentes (dois centímetros de espessu- beneficiamento para uma complexa vari- Nos segmentos de lavra e beneficiamento, esta é uma referência importante, pois ate- ra). Isto corresponde, para dar uma referên- edade de 1200 tipos de rochas em 1500 a expansão brasileira está sendo alcança- sta a orientação para um crescimento indu- cia da importância dessa atividade, ao pro- frentes de lavra, ocupando cerca de vinte da com a colaboração de tecnologia im- strial qualitativo, seja do mercado interno, cessamento e transporte de um total de 80 mil trabalhadores. A produção média de portada, principalmente com italiana. Sob seja do mercado externo. milhões de metros quadrados de chapas 520 toneladas por trabalhador pode ser para os mercados interno e externo. O intercâmbio brasileiro se completa com Gerais e Bahia. Com volumes significativos, atingindo um total adicional de 12 por cento, seguem Paraná, 4. Intercâmbio Comercial importações também crescentes, que em Goiás e Ceará, também com potencial de crescimento; não coincidentemente, as mesmas fontes reportam, 2013 chegaram a 108 mil toneladas e USD para o Estado do Ceará, uma capacidade de quintuplicar sua produção no médio prazo, inclusive na ótica A exportação foi novamente confirmada em 72 milhões, com incrementos de respecti- da verticalização. 2013 como uma força prioritária do setor de vamente 9,6 e 18,8 por cento (Tabela 3). A (7) - Asher Shadmon, A development potential of dimension Stone, United Nations Organization, New York 1976. A primeira indicação da necessidade de incentivos institucionais para o crescimento da indústria de rochas brasileiro: o volume físico exportado proporção mais significativa é de mármore rochas foi colocada anteriormente, no IX Congresso dell’Industria Lapidea Europea, realizado em Florença, atingiu 2,7 milhões de toneladas e o fatura- e travertino, que em bruto somaram 24 por em 1964, com a criação simultânea da federação comunitária do setorda indústria da Comunidade, por mento quase USD 1,3 bilhão. O incremento cento do volume físico importado e, acima iniciativa da Organizzazioni industriali di Italia, Belgio, Francia e Repubblica Federale Tedesca (cfr. Carlo em relação ao ano anterior foi de respecti- de tudo, por uma contribuição considerável Montani, L’industria marmifera del Mercato Comune: note sull’andamento della congiuntura, Edizioni Asso- vamente 21,5 e 22,2 por cento, enquanto de processados de maior valor agregado, marmi - Ugima, Firenze 1964; também pela primeira referência histórica ao princípio da organização setor, então captado pelo mesmo autor no suplemento especial “Il Marmo”, IlSole-24 Ore, Milano 1967). o preço médio manteve-se praticamente correspondente a três quartos do total im-
12 XXV Relatório mármore e rochas no mundo 2014 - Dossiê Brasil Carlo Montani 13 portado. O preço médio das rochas proces- 5. Mercados Prioritários faturados no Brasil alia-se à contiguidade processadas, sobretudo carbonáticas, per- sadas foi de 37,78 dólares por metro qua- geográfica, bem como ao apreço pela qua- mite integrar o leque de disponibilidade drado equivalente, com aumento de 9 por O bom momento das exportações brasileiras lidade do produto e pela funcionalidade do de materiais de interesse para o mercado cento frente aos 34,67 dólares por metro de rochas não está associado a um proces- serviço. A presença de apenas um cliente doméstico. Não surpreendentemente, as de 2012. so linear homogêneo. Pelo contrário, houve constitui um risco, bem demonstrado pela principais fontes continuaram sendo, em Deve-se ressaltar que a importação de ma- períodos de estagnação ou retrocesso que, reversão das exportações brasileiras de 2013, a Espanha, Itália e Grécia (Tabela nufaturados somou 1,5 milhão de metros no entanto, atestam a capacidade de respo- rochas processadas durante a crise do mer- 9). Estes países mediterrâneos da Europa quadrados equivalentes, correspondentes sta e capitalização dos fatores de sucesso cado norte-americano. Esta crise, por sua integram-se em um setor com situação a apenas 2,5 por cento do consumo interno exigidos pela demanda internacional. vez, tornou-se uma fonte de pressão signi- econômica ainda crítica e, consequente- brasileiro. Esta quota reduzida, similar ao Com rochas silicáticas brutas, o novo máxi- ficativa de vendas para o mercado interno, mente, disposto a práticas competitivas que acontece em outros países líderes de mo alcançado em 2013 permitiu superar os proporcionando vantagens para os clien- até frente a players como Índia e China. produção, deve ser levado no entanto leva- efeitos da crise global de 2009, quando o tes. A demanda internacional por rochas da em consideração, tanto pelo preço médio volume de vendas foi mais de 50 por cen- processadas permanece relativamente re- superior das exportações correspondentes to inferior ao atual (Tabela 5). A demanda siliente, reiterando a necessidade de ações 6. Papel da Tecnologia (+16,4 por cento), quanto pela possibilidade chinesa correspondeu a dois terços dos promocionais como aquelas desenvolvidas de integrar a carteira nacional de produtos. negócios de 2013, destacando-se ainda pelo Brasil nos principais polos mundiais Sem a contribuição decisiva da tecnologia A exportação, em qualquer caso, continua que uma importante parcela das expor- de comércio, e não apenas nos EUA8. e do investimento industrial em maquinário a prevalecer sobre a importação na medida tações dessas rochas brutas foi devida à O mercado externo da ardósia, mais varia- e sistemas, tanto de substituição quanto de 1:25, o que enfatiza a sua capacidade de Itália e Taiwan. Junto com a China, esses do que o do granito, não conseguiu evitar de inovação, o progresso do Brasil no setor expansão já de longo prazo. Em 2013 foram dois países absorveram 90 por cento das os efeitos de longo prazo da crise iniciada de rochas não teria sido capaz de alcançar atingidos recordes históricos, para rochas exportações brasileiras de blocos de grani- em 2009. A retração de suas exportações taxas acima da média. Isto, prioritariamente brutas e processadas especiais (Tabela to, deixando assim parcelas marginais para estendeu-se para a maioria dos destinos, embasado nas importações, que em 2013 4), persistindo a tendência de queda das outros compradores. tendo-se algumas exceções importantes: atingiram um novo recorde de cerca de USD ardósias, cujo volume exportado em 2013 Uma tendência semelhante também distin- primeiro do Chile, mas também da França 150 milhões (Tabela 10). Assim, quintupli- foi 45 por cento inferior ao de 2007; seu gue as exportações brasileiras de rochas e, em menor proporção da Colômbia (Ta- cou-se o importado em 2007 e incrementou- preço médio (USD 25,40 por metro quadra- processadas. O ano de 2010 foi o ponto de bela 8). Os produtos de ardósia (em que o se em 47 por cento o valor de 2012, o que do) manteve-se, no entanto, praticamente partida para um crescimento que, em ape- Brasil só perde para a Espanha e China), em destaca uma tendência positiva,na qual a inalterado. nas quatro anos, permitiu um incremento de função da menor variedade cromática, tem crise de 2009 teve um efeito marginal. Sobre os preços, deve-se enfatizar que a 92,7 por cento, índice este notável para as um mercado menos elástico de utilização, A principal contribuição da tecnologia longa estabilização, especialmente para economias de países desenvolvidos (Tabela devendo, no entanto, ser promovidos pela estrangeira partiu da Itália, com volume produtos de alto valor agregado, é consi- 6). Neste caso, a concentração de vendas efetiva possibilidade de sucesso através de de negócios que, em 2013, ascendeu a derada um fator de sucesso. Esta estabi- foi ainda mais evidente do que a das rochas ações anticíclicas. mais de USD 93 milhões, correspondentes lização foi, além disso, concomitante a brutas: na verdade, mais de 80 por cento Resta dizer que a importação de rochas a mais de 5,5 mil toneladas (Tabela 11), e uma expansão quantitativa superior à dos das vendas foram devidas a apenas um principais concorrentes ocidentais, para país, os Estados Unidos (Tabela 7). Não é não mencionar a otimização produtiva de- só isso, porque os seis principais mercados (8) - As ações promocionais brasileiras para as rochas ornamentais, começando com as de nível institucio- nal, evidenciam uma estratégia de diferenciação que, salvaguardando a prioridade natural do mercado dos corrente de uma política de investimento pertencem ao continente americano, que EUA, desenvolve-se em outros pontos de encontro tradicionais, como o italiano, e agora também na China, tecnológico e de atendimento ao cliente. se tornou uma espécie de macroshopping onde o Brasil fez intervenções a respeito do seu cenário setorial durante o 2014 Stone World Congress, onde a preferência natural por bens manu- realizado na feira de Xiamen.
14 XXV Relatório mármore e rochas no mundo 2014 - Dossiê Brasil Carlo Montani 15 a um valor de dois terços do total impor- 2013, o principal destino da tecnologia bra- cerâmicas, enquanto o uso das rochas pode importações de 162 mil toneladas, com tado (Tabela 12). Confirma-se uma antiga sileira foi a Venezuela, que em anos anterio- encontrar uma gama maior de aplicações aumento (50 por cento) bastante superior relação de cooperação, que reitera a valo- res não efetuou qualquer compra. tradicionais. Isto é evidenciado pelas impor- ao dos materiais rochosos naturais (Tabela rização da qualidade, retorno e segurança Relações similares às observadas para os tações de produtos cerâmicos, que em 2013 19). O valor correspondente foi de USD 76 oferecidos pelas máquinas italianas. Na bens de capital são remetidas aos abrasivos chegaram a 580 milhões de dólares e supe- milhões, o que torna possível estimar um verdade, o peso das importações dos prin- e ferramentas diamantadas, cujas impor- raram em mais de cinco vezes o valor corre- preço médio da ordem de USD 25 por metro cipais players do setor de rochas atinge o tações em 2013 atingiram um valor quase spondente dos materiais rochosos naturais quadrado: uma cotação não negligenciável seu nível máximo no Brasil. igual ao das máquinas, tendo como princi- (Tabela 17). Isto, sem dizer que em termos em termos de competitividade, ainda mais A competição mais forte é aquela da China. pais fornecedores a China e Itália (Tabela quantitativos a diferença é ainda mais acen- significante na medida em que a espessura Apesar da competitividade do seu preço 15). Isto, frente a exportações cada vez mais tuada, visto que o preço médio da cerâmica de suas peças tende a ser menor. (waiting médio por unidade de produto, a China não apreciáveis, cujo valor é igual a 23 por cen- é muito mais baixo que o do granito e de ou- for revision) conseguiu ganhar uma quota de merca- to das importações; outra vez os principais tras pedras de valor agregado. Nestas importações de materiais rochosos do superior a 15 por cento, permanecendo destinos são os países da América Latina, Cerca de 70 por cento das importações bra- artificiais, o principal fornecedor é a Espan- marginal a participação de outros países destacando-se Chile, Argentina, Equador sileiras de cerâmica vêm da China, graças a ha, seguida pela China, cujo preço unitário é fornecedores de tecnologia. O preço médio e Bolívia (Tabela 16). Atesta-se assim a uma política de competitividade estritamen- surpreendentemente superior. Deve-se acre- das importações no Brasil, após um salto presença de estruturas ativas de processa- te econômica, que deixa pouco espaço para scentar, no entanto, que esse intercâmbio é forte em 2008, foi de cerca de USD 15.000 mento nesses países, capazes de reproduzir outros fornecedores. Dentre estes, destaca- relativamente recente. Neste sentido, deve por tonelada. As importações provenientes algumas ideias úteis do modelo brasileiro, e se mais uma vez a Itália, com uma parcela se acrescentar que as exportações brasilei- da Itália têm preço médio 14 por cento su- de iniciar políticas de desenvolvimento para de mercado regida por sua alta qualidade, ras desses materiais e os destinos dessas perior ao da média geral, enquanto aquelas o setor de rochas. mas limitada a quatro pontos percentuais. exportações são limitados aos países da procedentes da China são quase três vezes Em última análise, a importação de tecno- A produção brasileira de cerâmica, por sua América Latina (Tabela 20), com preço médio mais baratas, mas demonstram tendência logia tem um papel crucial no desenvolvi- vez, pode contar com o atendimento do quase igual ao das importações. de crescimento (Tabela 13). Resta falar do mento do setor de rochas no Brasil, tanto mercado local e de outros países da Améri- Em resumo, o setor brasileiro de rochas preço alemão, muito maior, mas, ao mesmo em termos históricos quanto atualmente, ca Latina, com exportações que em 2013 ornamentais tem que enfrentar uma con- tempo, caracterizado por uma grande varia- ressaltando a propensão de investimento chegaram a quase USD 400 milhões, equi- corrência globalizada, em que os principais bilidade, resultante dos pequenos volumes em bens de capital para lavra e beneficia- valentes a cerca de um terço de rochas or- protagonistas são asiáticos, mas com mate- de intercâmbio. mento, com a contribuição de “know-how” namentais, mas não com menor diferença riais alternativos que podem interferir signi- O sucesso da tecnologia estrangeira é com- estrangeiro e, sobretudo, Italiano. de preço médio ao das importações. Além ficativamente no consumo. Este é um bom plementar ao volume de produção local, dos Estados Unidos, que representam 14 motivo para avaliar o impacto do desempen- incapaz de responder plenamente a uma de- por cento do valor das exportações brasi- ho tecnológico e da promoção direta que, no manda em rápido crescimento. No entanto, 7. Materiais Concorrentes leiras de cerâmica (Tabela 18), os destinos caso do Brasil, privilegia a lógica do design o papel da tecnologia local é significativo, mais importantes são os países vizinhos, e do atendimento aos clientes. como evidenciado por um volume substan- À semelhança do que acontece no resto do como Paraguai, Argentina e Uruguai, con- cial das exportações, que se somam às mundo, a competição também ocorre no firmando uma relação preferencial com a vendas internas e são destinadas sobretu- Brasil, tendo papel economicamente signifi- América Latina. 8. Benchmarking do aos mercados latino-americanos. Estas cativo tanto no mercado interno quanto nas Menos significativa em termos absolutos, exportações têm alguma continuidade para transações internacionais. O maior impacto, mas digna de atenção em perspectiva, é A desaceleração das exportações gerais países como a Bolívia, mas geralmente embora limitado pelo uso principalmente a dinâmica dos conglomerados materiais brasileiras, ocorrente nos últimos dois anos, mostram forte volatilidade (Tabela 14). Em em pisos e acabamentos interiores, vem das rochosos artificiais, que em 2013 tiveram ampliou a participação das exportações
16 XXV Relatório mármore e rochas no mundo 2014 - Dossiê Brasil Carlo Montani 17 de rochas ornamentais, colocando-as no- é incapaz de competir pela liderança, que é deficiências de infraestrutura que afetam O crescimento do consumo interno é coe- vamente próximo aos patamares de 2002, amplamente americana. Este desbalancea- a capacidade de transporte), o Brasil está rente ao das exportações, especialmente mesmo que os máximos históricos de 2006 mento é ainda maior para outros países, dos apto para o desenvolvimento, de um lado em um país como o Brasil, que tem a quarta ainda estejam relativamente distantes. De quais apenas o México pode superar uma pela participação das exportações que está maior população do mundo e, mais impor- fato, a participação de 2013 foi de 0,53 por participação de meio ponto percentual. situada nos mais altos níveis mundiais e, por tante, ainda com propensão ao crescimento cento, superior ao 0,44 por cento de 2012 Além disso, as figuras absolutas são claras: outro lado, por uma política de investimento populacional superior à média. Além disso, e ao 0,39 por cento de 2011. O índice de por agregar dois dos três principais itens das capaz de promover de maneira uniforme o como sempre acontece nos lugares cuja pro- crescimento de longo prazo é ainda inferior exportações brasileiras de rochas (chapas de bom momento atual das atividades de lavra dução envolve materiais de alta qualidade àquele das exportações gerais, mas o valor granito, blocos de granito e ardósias), é fácil e beneficiamento. No Brasil, a importância e adequados para exportação, induz-se um está próximo de 0,5 por cento, ou 5,3 partes entender como o mercado norte-americano estratégica do setor de rochas foi traduzida aumento proporcional na oferta para o mer- por mil (Tabela 21). adquiriu mais de USD 770 milhões em 2013, em fatos concretos, capazes de transformar- cado doméstico, em função da substancial O fato é que em 2013 ocorreu um novo re- equivalentes a 61 por cento do total do fatu- se em um paradigma mundial de referência. expansão do consumo popular, mas sempre corde das exportações brasileiras de rochas ramento das exportações. Atrás dos Estados com a segurança da qualidade tecnológica ornamentais, que atingiram quase USD 1,3 Unidos, mas a grande distância, está a Chi- requerida pelos clientes. bilhão. Isto representou um grande pro- na, com cerca de USD 184 milhões, ou 14,5 9. O Consumo Interno O papel do mercado interno é conceitual- gresso frente à grande contração de 2009, por cento do faturamento. mente subordinado à exportação, mas con- quando houve decréscimo de 24 por cento. A impressão que se tira do quadro geral é A exportação brasileira de rochas, incluindo stitui um importante vetor de força e segu- Isto significa que a reatividade do setor foi que as exportações brasileiras de rochas materiais brutos, corresponde a aproxima- rança, confirmado no caso do Brasil pelo significativamente elevada, frente à econo- mostram uma desigualdade permanente no damente 40 milhões de metros quadrados fato de que a crise de 2009 não foi suficiente mia geral, referindo-se quatro incrementos que diz respeito ao potencial de alguns mer- equivalentes, na mencionada espessura de para afetá-lo negativamente, e resultando consecutivos após a crise. Seu crescimento cados, com concentração de vendas (pro- 2 cm. Isto significa que a maior parte da apenas em um abrandamento do ritmo de foi assim de 77,5 por cento, enquanto o das dutos manufaturados para os Estados Uni- produção é consumida no mercado interno, crescimento. exportações gerais brasileiras foi de 58,2 dos; produtos brutos para a China e Itália), apto a absorver, segundo o balanço final Em números absolutos, o consumo interno por cento. É fácil assumir que as políticas que obedece a uma lógica, especialmente para 2013, mais de 60 milhões de metros brasileiro ocupa atualmente a quarta po- anticíclicas do setor de rochas produziram percebida em tempos recentes, de afunila- quadrados. Ainda é necessário acrescentar sição no mundo, precedido apenas por aque- bons resultados, fornecendo argumentos em mento dos custos de distribuição. Entretan- o equivalente a 18 milhões de metros qua- les da China, Índia e Estados Unidos, sendo, favor de sua repetição. to, a pequena participação de exportações drados relativos a aplicações estruturais. no entanto, inferior em volume per capita. A contribuição dos vários mercados estran- para mercados como Argentina, Holanda e O mercado interno teve um progresso histo- Em uma análise superficial, pode parecer geiros para as exportações brasileiras, de Japão, que depois da China e Estados Uni- ricamente linear, quintuplicando o nível de uma situação normal e condicionada ao acordo com a dinâmica de sua demanda, é dos são os principais importadores gerais de 2001, e produzindo um incremento propor- nível demográfico, mas a análise histórica naturalmente diferenciada. Desse ponto de produtos brasileiros, expressa a possibilida- cional do consumo per capita, que atingiu atesta o contrário, porque, em 2001, o Brasil vista, a prioridade dos EUA, cuja incidência de de ganhos e a perspectiva de um desen- 325 metros quadrados por 100 habitantes ocupava o décimo segundo lugar no ranking no total das exportações brasileiras de ro- volvimento orgânico. (Tabela 23). Um resultado sem dúvida extra- mundial de consumo. Isto significa que, em chas foi de 3,1 por cento em 2013, assume Outra consideração essencial, referente ao ordinário, embora ainda distante dos níveis pouco mais de uma década, a sua capacida- importância decisiva, pois é o sêxtuplo da papel do setor de rochas no Brasil, é que de utilização conquistados em países mais de de desenvolvimento foi particularmente média dos outros países de destino (Tabela apesar de limites estratégicos similares aos maduros, principalmente da Europa (Itália, forte, graças ao investimento produtivo e às 22). A própria Itália, que está em segundo po- de outros países (p.ex., a rigidez de certas Bélgica, Grécia, Espanha), e em alguns promoções que não têm negligenciado a im- sto com uma participação de 1,2 por cento, leis ambientais, o problema da troca de asiáticos que têm forte estrutura de proces- portância do mercado interno. e que é mais significativa em rochas brutas, atividades dos profissionais do setor, ou as samento, p.ex. Taiwan. As perspectivas de desenvolvimento futuro
18 XXV Relatório mármore e rochas no mundo 2014 - Dossiê Brasil XXV Rapporto Marmo e Pietre nel Mondo 2014 Dossier Brasile são suportadas pela programação de gran- mitido, entre outras coisas, colocar no des projetos, destacando os relacionados centro das estratégias de crescimento uma com eventos esportivos, em que a Copa do atenção constante para o desenvolvimento Mundo e os Jogos Olímpicos são apenas um de produtividade, e consequentemente da Prefazione exemplo, inclusive pelo aspecto psicológico competitividade, de modo a tornar o consu- que eles são capazes de induzir. mo interno mais acessível a todos, e de se Reinaldo Dantas Sampaio Em conclusão, os atuais 60 milhões de me- envolver de forma positiva com a concorrên- Presidente di Abirochas tros quadrados (Tabela 24) não constituem cia no grande mercado global. Não surpre- um ponto de chegada, mas devem ser consi- endentemente, em 2013, enquanto o preço derados como um ponto de partida para ex- médio das exportações de manufaturados pansão do desenvolvimento brasileiro. Isto é do Brasil manteve-se praticamente inalte- muito significativo, pois está alicerçado em rado, o dos grandes competidores cresceu investimentos produtivos e na perseverança mais significativamente, como é o caso da Con questa prima edizione del “Dossier Bra- anni, un elemento inseparabile dalla vita, de uma política adequada para a promoção China, Turquia, Espanha, Portugal e outros. sile” ha inizio un nuovo percorso di comu- dalla crescita e dalla perpetuazione dell’es- do setor de rochas, com o permanente re- É lógico concluir que os níveis de preferên- nicazione dell’industria brasiliana di marmi sere umano. Questo senso di permanenza conhecimento de seu papel estratégico. cia podem variar, em proporção inversa, a graniti e pietre con il mercato internazio- ed allo stesso tempo, di modernità, è alla favor do Brasil, pois o preço médio pode ser nale. Il Dossier, iniziativa dell’Abirochas base della crescente utilizzazione lapidea considerado como um fator básico de suces- - Associazione Brasiliana dell’Industria di nella vita quotidiana di ogni popolo, le cui 10. Conclusão so, não somente pela possibilidade de cre- Rocce Ornamentali - si giova della presti- dimensioni e diversità degli usi permetto- scimento não somente dos chamados usos giosa collaborazione del Dr. Carlo Montani no di affermare il continuo divenire di una O caso brasileiro no setor de rochas pode ser democráticos da pedra, mas também como o ed offre una sintesi esaustiva dell’attuale “nuova era della pietra”. considerado, do ponto de vista da economia seu principal instrumento de promoção. stadio di sviluppo e del potenziale futuro di Con questo spirito, Abirochas, adempiendo industrial, a confirmação de uma filosofia A extraordinária dimensão do Brasil, que o questo settore industriale in Brasile. al suo ruolo istituzionale di promuovere lo recorrente na história do pensamento huma- torna um verdadeiro continente, longe de Inoltre, il presente Rapporto fa riferimento sviluppo settoriale, sta sponsorizzando uno no, segundo a qual “o nível de possibilidade constituir um gargalo infraestrutural, tran- al veloce ed impetuoso processo di svilup- Studio sulla Competitività, che permetterà se move com a audácia e a força de vontade sformou-se em um instrumento de desenvol- po settoriale ascritto in Brasile e conclude, di elaborare le basi concettuali e proposi- que realmente quer o inventor”9. De fato, a vimento, pois seus recursos naturais estão saggiamente, che ciò è stato conseguenza tive per una “Politica Nazionale di Svilup- expansão da produção e da transformação espalhados na maior parte do território. As “dell’audacia e della forza inventrice della po Settoriale”, il cui obiettivo prioritario è tem sido rápida, como mostram os números rochas do Brasil, em essência, são capazes volontà che veramente vuole”. In questo quello di aumentare l’uso delle rocce brasi- históricos, graças à capacidade de fazer o de assumir um papel estratégico de mobi- caso, dell’audacia e volontà degli impren- liane nell’architettura mondiale. melhor uso de recursos naturais extraor- lização reconhecido nos fóruns internacio- ditori. La diversità cromatica e l’esotismo del co- dinários, e ao pioneirismo e habilidade inata nais, como se deixou claro nas conclusões In Brasile, nel corso degli ultimi venti anni, lore e della struttura delle rocce brasilia- de lidar com fatores de risco. Este espírito do relatório anterior10, harmonicamente ao sono avvenute feconde trasformazioni so- ne contengono le identiche molteplicità e verdadeiramente empreendedor tem per- seu simbólico significado de paz. ciali ed economiche la cui continuità con- diversità culturali ed etniche, che caratte- soliderà il cammino di un effettivo processo rizzano il Brasile. Aumentarne la presenza (9) - A citareportada no texto é de Benedetto Croce, Storia d’Europa nel secolo décimo nono, Bari Laterza, di sviluppo nazionale. nell’ambiente urbano mondiale è un ul- 1953; mas o conceito pertence a uma longa tradição do Ocidente cristão, segundo a qual os homens se Un’altra forza d’ispirazione é poter consta- teriore modo di affermare questa nostra diferenciam sobretudo pelo diferente empenho de sua vontade. tare che la pietra é stata, da migliaia di identità. (10) - Carlo Montani, XXIV Rapporto marmo e pietre nel mondo, Dossier Brasile, Edizione Aldus, Carrara 2013.
20 XXV Rapporto Marmo e Pietre nel Mondo 2014 - Dossier Brasile Dal mio punto di vista, concludo col sotto- lineare che promuovendo la crescita mate- valorizzazione economica equilibrata delle risorse naturali, si costruisce uno sviluppo Brasile: leader occidentale della pietra riale e morale dell’essere umano, attraver- auto-sostenibile. so il progresso delle sue capacità ed una 1 - Considerazioni generali 6 - Ruolo delle tecnologie 2 - Dai pionieri ai vertici mondiali 7 - Materiali concorrenti 3 - Struttura industriale 8 - Benchmark 4 - Interscambio 9 - Consumo domestico 5 - Mercati prioritari 10 - Conclusione 1 - Considerazioni generali re a quella del mondo, e nelle potenzialità di espansione simboleggiate dal fatto che, L’economia mondiale è un sistema di rela- per densità demografica, risulta superato zioni che sono diventate sempre più inten- da quasi duecento Paesi (2), grazie alla pre- se con l’avvento della globalizzazione, coin- senza di vastissime regioni tuttora in atte- volgendo tutti i Paesi in misura ineludibile. sa di una compiuta valorizzazione. Ciò vale per ogni Stato, ed in primo luogo, Da questo punto di vista, il contributo del per i maggiori protagonisti di uno sviluppo comparto estrattivo e dei settori di trasfor- il cui tasso è variabile in funzione dei para- mazione dei prodotti di miniera e di cava ha metri naturali e della volontà politica, ma un ruolo di sicura rilevanza strategica. Ad generalmente compatibile con l’impulso esempio, nel 2013, che è stato un anno dif- alla crescita, tipico di ogni insediamento ficile per l’economia brasiliana, il contribu- umano. to alla bilancia commerciale fornito dall’in- In Brasile, quarto Paese mondiale per nu- dustria lapidea è stato assai significativo, mero di abitanti, e quinto per superficie con un valore dell’export in forte progres- (1), l’assunto è del tutto evidente, innanzi so, diversamente da quanto è accaduto per tutto in una crescita mediamente superio- quello complessivo del sistema Paese. (1) - Secondo valutazioni di fonte ONU, la popolazione brasiliana ha superato i 200 milioni di abitanti proprio alla metà del 2013, confermandosi al quarto posto nel mondo, dopo la Cina e l’India, ed a breve distanza dall’Indonesia. Quanto all’estensione, giova rammentare che quella del Brasile, con oltre 8,5 milioni di chilometri quadrati, è preceduta soltanto da Russia, Canada, Cina e Stati Uniti. (2) - Al momento, la densità media del Brasile si ragguaglia a 23,5 abitanti per chilometro quadrato, con- centrati in larga maggioranza nei grandi aggregati urbani, primi fra tutti quelli di San Paolo e di Rio de Janeiro. In molti Stati, peraltro, la densità risulta notevolmente inferiore al predetto rapporto, che pure colloca il Brasile nelle retrovie della rispettiva graduatoria mondiale, e sottintende la presenza di oggettive potenzialità di crescita.
22 XXV Rapporto Marmo e Pietre nel Mondo 2014 - Dossier Brasile Carlo Montani 23 C’è di più. Il Brasile è il solo grande pro- nente, in quanto fondato su spunti di coo- tettura militare con lavorazioni a massello terizzato la congiuntura lapidea sino all’av- tagonista del mondo lapideo in grado di perazione interassociativa capaci di esten- od a spacco di cava fu prevalente su quel- vento del nuovo millennio. accrescere tangibilmente produzione, tra- dersi alla distribuzione ed alla formazione lo religioso, sino a quando le esigenze di Appartiene alla seconda metà dell’Ottocen- sformazione, interscambio e consumi, che professionale, senza trascurare gli aspetti una difesa non disgiunta dalla conquista e to la prima trasformazione industriale delle appartenga al sistema occidentale, mentre promozionali, ivi comprese le sinergie fra dall’occupazione di nuove terre rimasero pietre locali, grazie al primo telaio importa- tutti gli altri Paesi “top” (Cina, India, Tur- capitale e lavoro, che in molti casi sono in inderogabili. D’altra parte, la difficoltà e to dagli emigranti veneti, che avrebbe fatto chia, Iran) fanno parte di quello asiatico, grado di fare la differenza, anche a livello l’onerosità dei trasporti dal Vecchio Con- scuola per giungere agli attuali 1200 (com- ormai talmente sviluppato da poter espri- aziendale. In ultima analisi, è la fotogra- tinente conferirono un rapido impulso alla prensivi di circa 200 segatrici a filo diaman- mere una “leadership” che si riassume nel- fia di una propensione che vale la pena di sostituzione del prodotto europeo con quel- tato). Poi, fece seguito una lunga fase non la maggioranza assoluta delle relative cifre approfondire nelle motivazioni essenziali, li indigeni. meno importante di acquisti del manufatto globali. In questo senso, si può dire che perché idonea a contribuire alle strategie Per lungo tempo, l’impiego della pietra italiano, segnatamente calcareo, di prove- quella brasiliana sia una felice eccezione, di sviluppo e di comune progresso, sostan- rimase limitato alle opere strutturali, con nienza in larga misura apuana (4), mentre motivata da ragioni strategiche tanto più zialmente dovunque. rare eccezioni decorative, perché le condi- la valorizzazione sistematica del prodotto importanti, perché in grado di assumere un zioni tecniche non consentivano un’evolu- domestico avrebbe avuto massimo impulso carattere di modello ad uso altrui. zione in senso paleoindustriale come quella dai decenni centrali del Novecento in avan- L’importanza e la diffusione delle risorse, 2 - Dai pionieri ai vertici ellenica, iberica od italiana, in cui la cultura ti, con l’applicazione del diamante alle atti- sebbene ancora valorizzate in modo ge- mondiali della pietra poteva vantare una storia plu- vità trasformatrici, ed infine, con quella del ograficamente disomogeneo, è una con- rimillenaria. In Brasile, il salto qualitativo controllo numerico, che avrebbero permes- dizione di base, che ha trovato utile e de- La valorizzazione delle pietre brasiliane e quantitativo fu rapidamente compiuto so anche al granito di avviare un proces- terminante completamento nella capacità ebbe inizio in epoca coloniale, grazie all’o- dopo l’unità nazionale ed il sofferto ricono- so di espansione decisamente impetuoso, politica di comprendere il ruolo strategico pera congiunta dei missionari e dei militari, scimento della sua indipendenza da parte con riguardo particolare a quello ascritto del comparto lapideo, e prima ancora, nella ed alla duplice esigenza di costruire, da portoghese (1822), grazie all’immigrazione nell’ultimo venticinquennio (5). forte disponibilità imprenditoriale ad inve- una parte, luoghi di culto e di ricovero, e dall’Europa ed in primo luogo proprio dall’I- La produzione estrattiva del 2013, secondo stire, ed a gestire il rischio quale fattore di dall’altra, vere e proprie fortezze in grado talia, quasi a suggellare sin dall’inizio un dati di fonte imprenditoriale, ha raggiunto successo, in quanto coniugabile con una di supportare l’espansione verso le grandi rapporto preferenziale che avrebbe carat- un nuovo massimo storico, pari a 10 milioni gestione coraggiosa ma oculata. Ne co- estensioni territoriali del’occidente e del stituisce testimonianza probante l’apporto settentrione. Ciò, con riguardo prioritario (3) - Massimo Jacopi, Brasile: una Nazione verso il futuro, Edizioni Italo Svevo, Trieste 2010, pagg. 120. della tecnologia moderna ai processi di ai sistemi fluviali, a cominciare da quelli Tra le fortezze di maggiore rilevanza architettonica e strategica si ricordano anche quelle di Belem e di estrazione, e soprattutto di trasformazio- dell’Amazzonia, la cui rete navigabile com- Manaus; quest’ultima, fondata nel lontano 1669. Nondimeno, l’occupazione completa dell’Amazzonia e del ne, che trova un dato di particolare rilievo prensiva degli affluenti si colloca nell’ordi- grande Nord avrebbe avuto termine, fatta eccezione per alcune sacche residue, soltanto nel secolo XVIII. nell’import di macchine settoriali, ai mas- ne di 20 mila chilometri. (4) - A metà del Novecento, il Brasile importava non oltre 10 mila tonnellate di manufatti lapidei, quasi simi livelli del mondo, con riguardo prio- All’inizio, talune fortezze vennero costru- esclusivamente italiani, provenienti in stragrande maggioranza da Carrara, mentre la sua produzione do- ritario alle provenienze dall’Italia, Paese ite utilizzando pietre d’importazione pro- mestica, limitata al marmo bianco ed a pochi colorati (il granito era oggetto di impieghi strutturali senza ampio valore aggiunto) si limitava a novemila tonnellate (Enrico Walser, Les marbres de la Région Apuane, leader nel campo della ricerca. venienti dal Portogallo, alcune delle quali Gaunguin & Laubscher, Montreux 1956, pagg. 129-130). In questa ottica, parlare del Brasile lapi- insistono tuttora nella foresta tropicale, (5) - Carlo Montani e Giulio Conti, Industria lapidea mondiale: Rapporto 1990, Società Editrice Apuana, Car- deo alla stregua di un notevole modello di come quella del “Presepio” in Mato Gros- rara 1990, pagg. 110. In questa prima edizione del “World Stone Report” la produzione lapidea del Brasile sviluppo non è un’affermazione azzardata. so, munita di improbabili ed obsoleti can- si ragguagliava ad un milione di tonnellate nette, pari al 3,3 per cento di quella mondiale (Ibid., pag. 44) Al contrario, è un assunto tanto più perti- noni (3). In effetti, l’uso lapideo nell’archi- mentre l’esportazione, costituita in larga maggioranza da materiali silicei grezzi, ammontava a circa 400 mila tonnellate (Ibid., pagg. 90-91). Detti consuntivi trovano conferma nelle cifre relative al 1988 fornite da
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